quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

15 dias


Ao fim de 15 dias, a minha macaquinha continua a deixar-me babado.

sábado, 2 de janeiro de 2010

Ideologia

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Eu cá gosto!

domingo, 27 de dezembro de 2009

Fotos da Filipa



Digam lá se eu não tenho jeitinho para a coisa?






Com a avó materna.








sábado, 26 de dezembro de 2009

A minha prenda de Natal!



Chama-se Filipa e, como podem ver, é muito bonita, atenta e curiosa para quem acabou de nascer.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Fall Dog Bombs The Moon



Hope little girl
Come blow me away
I don't care much
I win anyway
Just a dog

I'm God damn rich
An exploding man
When I talk in the night
There's oil on my hands
What a dog

Fall dog is cruel and smart
Smart time breaks the heart
Fall dog bombs the moon

Devil in a market place
Devil in your bleeding face
Fall dog bombs the moon
What a dog

There's always a moron
Someone to hate
A corporate tie
A wig and a date
Just a dog

These blackest of years
That have no sound
No shape, no depth
No underground
What a dog

Fall dog is cruel and smart
Smart time breaks the heart
Fall dog bombs the moon

A devil in a market place
A devil in your bleeding face
Fall dog bombs the moon

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Preâmbulo para um Ensaio Biográfico Sobre a Amizade

Desde a infância que tenho amigos por quem daria a vida - literalmente. Nasci e cresci com esse generoso (e às vezes doloroso) sentimento.
No entanto, ao longo dos anos, fui, demasiadas vezes, traído, abandonado, esquecido e ignorado.
Mas também recebi carinho, atenção, preocupação e ajuda: aturaram-me em condições difíceis e degradantes.
Além disso, entre muitas outras coisas materiais, deram-me dinheiro, pagaram-me dívidas e tratamentos ou sustentaram-me financeiramente para acabar o curso.

Contudo, durante esta primeira década do séc. XXI, eles(as) capitularam (ou deixaram-se consumir por essa pérfida obsessão) à superficialidade das coisas, dos valores e, principalmente, dos sentimentos: amizade, amor, solidariedade, carinho genuíno, etc., etc..

Sempre os vi como irmãos, a quem daria tudo e tudo por eles faria. Hoje estou certo que nunca pude contar com o contrário - pelo menos nos últimos anos. E, com uma serenidade que, simultaneamente, me espanta e assusta, assumo que já não tenho amigos(as) - com uma preciosa excepção. E concluo que o meu erro foi vê-los(as) sempre como miragens; porque as miragens são pessoas perigosas: não têm defeitos, sorriem constantemente para nós, vimo-los permanentemente de asas abertas, e conferem-nos a ilusória certeza de que estão disponíveis em todos os momentos.

Ilusão! Na nitidez da realidade que só agora descobri, vejo que as coisas são radicalmente diferentes: prevalece o egoísmo, o individualismo, a indiferença e uma luta solitária pela sobrevivência - que é feita, em muitas ocasiões, numa inglória solidão.
Não, a culpa não é do Mundo. A responsabilidade é do carácter e da personalidade de cada um: a amizade, a solidariedade, o carinho e o amor não implicam dinheiro, não roubam a vida, e não se gastam.

Por mim, luto para não mudar a minha atitude e os meus sentimentos.

Saberei viver sem eles(as).

E, firmemente, assim irei pela vida fora!

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Amigos???????????????????????

«Para conhecermos os amigos é necessário passar pelo sucesso e pela desgraça. No sucesso, verificamos a quantidade, e na desgraça a qualidade.»
Confúcio

«No final, não nos lembraremos das palavras dos nossos inimigos, mas do silêncio dos nossos amigos.»
Martin Luther King

«A infelicidade tem isto de bom: faz-nos conhecer os verdadeiros amigos.»
Honoré de Balzac

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Férias!

Eu e as minhas meninas estamos de férias: no Pico, em casa dos pais da Ci e avós da Filipa.
Não fossem as dores de garganta e alguma incerteza quanto ao meu futuro profissional, e estaria confortavelmente estendido naquelas nuvens que namoram o cume do Pico.

sábado, 16 de maio de 2009

Tudo menos a fechadura...

Conhecendo, como conheço (e bem!), as pessoas em causa, sou capaz de entender todos os excessos, a oratória exaltada e incoerente, os delírios opinativos, a súbita especialização em alcoolismo, etc., etc., etc..
Mas mudarem a fechadura!? Essa sou incapaz de aceitar!

sábado, 11 de abril de 2009

Na Terra dos Sonhos...

«Na Terra dos Sonhos toda gente trata a gente toda por igual................»
Jorge Palma

Já nesta terra ingrata em que vivo, sou obrigado a distingir e dividir entre os filhos-da-puta e aqueles que não o são, os oportunistas e os menos arrivistas, os idiotas primários, os intelectuias de pacotilha, as boas pessoas (que tratam todos por igual), os meus amigos e o meu AMOR!!!!!!

segunda-feira, 30 de março de 2009

Saudade!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!


«Cresci a ouvir dizer que o sentimento mais genuinamente português é a saudade: um substantivo exclusivo da nossa língua, considerado pelos tradutores britânicos a sétima palavra mais difícil de traduzir. A saudade está no fado, na música popular, na poesia como na prosa, ou em teses de doutoramento (...). A nostalgia, o lamento, a tristeza, ou a angústia que estão associados a esse sentimento, marcam de tal forma o nosso ágrafo património genético, que já é impossível remover esse atavismo identitário da nossa raça. Para o bem e para o mal, a saudade está gravada no nosso coração individual e colectivo. No plano pessoal e privado, inspira poetas deprimidos, e, ao invés de exorcizar os desgostos da alma, prende-nos, obstinadamente, aos fantasmas de um passado quase sempre lírico e metafórico - o rosto dos amores perdidos não sofre a corrosão do tempo; pelo contrário, a saudade acrescenta-lhes uma fraudulenta beleza, e perfuma o odor ácido das más lembranças. Outras vezes, tolda-nos as boas recordações e diaboliza o objecto da paixão ou do amor que nos ferrou. Em ambos os casos, perverte-nos a memória e, demasiadas vezes, conduz-nos à loucura.»
Excerto de uma crónica que escrevi para o DI e para O Berro.

A mãe que escolhi depois.....


«Agora mesmo, enquanto escrevo, olha-me e sorri-me de uma fotografia em que está enlaçada no meu braço, como que a segurar-me à Vida – a mesma vida a que renunciei, durante mais de um par de anos, e a cujo percurso ela assistiu, sem nada poder fazer, mas sempre presente. Em momento algum, me negou um sorriso – que tantos outros me recusaram. Em ocasião nenhuma, desviou um olhar – quando dezenas de outros ressumavam o desprezo virando-me a cara. Quase posso jurar que não houve um instante em que deixasse de acreditar – quando muitas pessoas me abandonaram, outras expulsaram a minha amizade, e algumas cometeram contra mim o crime imundo de felonia.
Durante todos esses meses de “coma”, numa altura em que já nem o meu filhote (a única obra perfeita que ajudei a conceber) me prendia cá, ela recusou-se a aceitar a minha firme determinação, que Hobsbawm, por motivos bem diferentes, enunciou: «uma simples negação [pode] ser uma base de identidade.»
Hoje, de alma reinventada, enquanto os invejosos se contorcem, os crápulas esconjuram Deus pelo meu regresso, e as antigas múmias se abrem em sorrisos, ela continua, como sempre fez, a arrumar-me num lugar do seu coração (já de si extraordinariamente dilatado por um amor conjugal que já não se usa) e a recordar-me verdades óbvias – que os livros que leio não trazem, pelo estúpido motivo de eu as considerar lamechas.
Tenho aprendido muito com ela. Porque, para ela, como para Aristóteles, «amar é querer para alguém aquilo que pensamos ser uma coisa boa, por causa desse alguém, e não por causa de nós».
Ela é assim; e torna-nos assim.»

domingo, 9 de novembro de 2008

Il mio libro è stato un vero successo

Obrigado a todos os que foram aos lançamentos,
e a todos os que não puderam ir por qualquer motivo.
Até 2010!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Como não tenho insecticida...


Houve mais um anónimo que resolveu meter aqui o bedelho sem ser chamado. Como não tenho um pingo de respeito por cobardes, e o blog não tem insecticida, decidi começar a "moderar" os comentários.

A partir de agora, podem (e devem) escrever os comentários que quiserem; mas só serão publicados depois de eu fazer a necessária desratização.

A manipulação habitual

«A empresa petrolífera estatal de Cuba anunciou que a ilha tem um potencial de 20 mil milhões de barris por explorar na costa norte. A descoberta pode colocar o país dos irmãos Castro entre os 20 maiores produtores mundiais do ouro negro»
Semanário Sol

Eu também podia escrever uma notícia a dizer, por exemplo:

«As empresas de armamento e a indústria farmacêutica do país da família Bush continuam a apresentar lucros na ordem dos 200.000.000.000.000 de dólares.»

Estaria a ser tão idiota quanto o editor do Sol. Porque, ainda que as receitas dessas duas nojentas indústrias sejam, de facto, elevadas, os EUA não são da família Bush.

É por estas e por outras que aparecem tantos imbecis a papaguear a propaganda ocidental.

O Capitalismo político (mas, sobretudo, o económico) está de tal maneira organizado na cabeça dos acomodados, que eles já não conseguem pensar fora ou para além da lógica capitalista ou neoliberal. É por isso que não entendem a crise (que não é apenas económica e financeira), nem conseguem perceber que o Mundo está a mudar politicamente.

Ao contrário do que sentenciou Fukuyama, as democracias liberais não representam o Fim da História. Bem pelo contrário; estão a definhar, e levarão com elas para o túmulo o modelo político-económico capitalista - como já se está a ver, aliás.

Só o Pacheco Pereira (mais o inefável Luís Delgado ou o beato César das Neves) é que se recusa a aceitar essa evidência - o que não admira, uma vez que, desde a intervenção no Iraque (que apoiou incondicionalmente), não tem feito outra coisa senão enganar-se.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Vou de férias!!!!

Ando com um humor variável e sem pachorra para escrever "posts". E começo a pensar seriamente em acabar com este blog. Até tomar uma decisão definitiva, vou de férias. Tchau!!!!!!!!!

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Isto não é um "post"; é apenas publicidade!

Lançamentos:

Dia 31 de Outubro, Fnac de Alfragide (porra, ninguém se orgulha de lançar um livro num local chamado Alfragide, mas a editora atrasou-se a "reservar" a Fnac do Colombo ou a do Vasco da Gama), às 21h30.

Dia 7 de Novembro, às 20h00, no recinto da Feira do Livro do Outono Vivo, junto à marina da Praia da Vitória.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Assim, não brinco mais!!!!!!!!!!!!

Pronto! Amuei!

Cheguei à conclusão que já ninguém tem pachorra para ler esta coisa.
Ando eu aqui a escrever posts, a "publicar" músicas, mais o raio que me parta, e não há uma alma que faço um ÚNICO comentário.
É por isso que, de cada vez que volto aqui, sinto o odor acre e o silêncio fúnebro dos cemitérios paramentados (não devia ter usado esta última oração; vai fazer-me falta e depois vou ter de me pilhar a mim mesmo). E esse silêncio, vosso Deus, esse vexatório silêncio, é intolerável.

Porra! Ao menos, deixassem um comentário do tipo: «Não percas tempo! Experimenta o aeromodelismo!»

Sendo assim, e uma vez que ninguém tuge enquanto eu mujo, tomo por aquirido que esta chafarica se tornou inócua, desinteressante e aborrecida - se é que alguma vez não o foi...

Portanto, não publico mais trampa nenhuma!!!!!!!!!

P.S. Se alguém, por manifesta distracção, passar por aqui, sugiro vivamente que passem a visitar os blogs dessas duas figuras eminentes da política e cultura portuguesas: Mendes Bota e Chico Barata.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

O fim do neoliberalismo


Como todas as pessoas informadas sabem, os neoliberais odeiam o Estado. Porque os neoliberais confundem «economia de mercado» com «capitalismo especulativo»: um capitalismo selvagem, sem interferências reguladoras do Estado - logo, sem regras nem limites aos caprichos ou à irresponsabilidades dos gestores das multinacionais e, sobretudo, dos especuladores bolsistas sem escrúpulos.
Mas, tal como está a acontecer agora nos EUA, quando é preciso salvar os prejuízos causados pela sua dogmática doutrina económica, clamam pela intervenção do Estado.
Se os líderes mundiais, finalmente, tiverem juízo, esta crise, de consequências imprevisíveis, vai acabar de vez com o neoliberalismo - e, por junto, provocar um grave rombo no velho capitalismo.
Deixo-vos dois excertos de duas crónicas que escrevi em 1998 - faz agora, precisamente, 10 anos.

«(...) O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento divulgou o seu relatório de 1998. Os resultados confirmam a injustiça social, a crise económica e o aumento da pobreza no Mundo. Alguns indicadores sobre as diferenças de rendimento e qualidade de vida entre países e continentes são tão humilhantes e deprimentes que dispensam comentários. Desde, pelo menos, os anos setenta que a economia tomou conta disto. E isto que o relatório revela é o resultado das contas furadas da economia liberal. Um resultado triste e muito pouco animador. Entretanto, o Mundo navega à deriva. Sem rumo nem liderança. (…) A “direita” e a “esquerda” têm vindo a encontrar-se progressivamente ao “centro”. Um “centro” indeterminado, sem vontade nem ideais - gestor das circunstâncias, refúgio dos acomodados e futuro cemitério de uma geração de políticos.
Sabemos que a coisa não pode e não vai continuar assim. Mas a solução tarda a chegar. A crise bolsista (que já tinha aqui modestamente antecipado) e o rombo na economia especulativa, (…), são sintomas de uma desorientação geral e da ausência de liderança no Mundo. (…) Os EUA espirraram e o resto do Mundo engripou.(...)»
15 de Setembro de 1998

«(…) Este século foi vertiginoso e arrepiante (o tal século “breve”), e esta época de transição - sabe-se lá para quê e para onde - não tem sido muito animadora. A falência tem sido, nos últimos anos, a palavra de ordem: falência das ideologias, dos modelos económicos, das ordens morais e da fé tradicional. Estes dias, a barbárie na Argélia e os “sismos” financeiros nas praças asiáticas deram-nos sinais claros de que não há motivo para optimismos panglossianos. As histórias que Bernard-Henry Lévi tem publicado no Público sobre o terror argelino provocam-nos um envergonhado niilismo. Por esse mundo fora, nidificam diariamente conflitos tão violentos como irracionais. (…) Os líderes políticos do mundo inteiro vão navegando ao sabor do vento. E a “globalização” económica geme e treme.
(…) Estão reunidas algumas condições para a deflação, e Wall Street tem vivido estes dias num justificado desconforto, olhando constantemente por cima do ombro. Este modelo reinante de capitalismo financeiro, com o descontrolo natural da especulação, (…) e a dificuldade dos mercados (…), recordam o 24 de Outubro de 1929, a famigerada quinta-feira negra, quando o crash da Bolsa de Nova Iorque afundou o mundo numa gravíssima depressão.(...)»
15 de Janeiro de 1998

sábado, 27 de setembro de 2008

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Again

O que vale é que sou mesmo bonzinho...

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Ouçam-no! Estou farto de vos dizer...

Mário Soares:
maioria dos líderes europeus subserviente a Bush


O ex-Presidente da República Mário Soares considerou hoje que a maioria dos dirigentes da União Europeia continua num estado de apatia dependente da administração Bush e criticou o vazio de ideias de socialistas e democratas cristãos europeus.

As palavras do ex-chefe de Estado foram proferidas na abertura de um colóquio sobre o futuro da Europa, promovida pelas fundações Mário Soares, Respublica (do PS) e Friedrich Ebert (SPD alemão).

Com o auditório José Gomes Motta (da Fundação Mário Soares) completamente cheio, Mário Soares, Anke Fuchs (Fundação Friedrich Ebert) e o ex-comissário europeu António Vitorino foram unânimes na ideia de que a União Europeia atravessa um momento de paralisia.

Mas o ex-Presidente da República foi o mais duro no seu diagnóstico sobre a realidade política europeia na actual conjuntura de crise financeira mundial.

"Num momento de crise global de múltiplas vertentes - financeira, económica, energética, alimentar, ambiental e moral - é dramático que a UE esteja paralisada e sem estratégia concertada a médio e longo prazo. A maioria dos dirigentes europeus continua num estado de apatia e subserviência em relação à administração Bush, sem parecer dar-se conta de que a era que iniciou chegou ao fim", sustentou o fundador do PS.

Mário Soares considerou depois "estranho que as duas principais famílias políticas europeias - a democracia cristã e o socialismo democrático -, que, em conjunto, deram um contributo decisivo para a construção da Comunidade Económica Europeia (CEE) e, depois, da UE, estejam hoje, ao que parece, sem ideias estimulantes, capazes de mobilizar o entusiasmo dos cidadãos europeus".

Em relação ao impasse institucional derivado da vitória do "não" no referendo irlandês, Mário Soares propôs que mesmo assim os Estados-membros avancem, como acontece com as políticas de cooperação reforçada.

"A UE não pode ficar paralisada, pela segunda vez, por efeito do veto, do referendo irlandês, ao Tratado de Lisboa. Será que os dirigentes europeus têm consciência disso e estão dispostos a mudar o sistema institucional, de modo a que os estados que querem prosseguir a construção europeia não sejam travados por aqueles que não querem", interrogou-se Soares.

No capítulo da defesa, Mário Soares foi o mais crítico dos oradores, classificando a NATO "um braço armado dos americanos" e que está a transformar "o Afeganistão num desastre de maiores proporções do que o Iraque".

Diário Digital / Lusa

domingo, 21 de setembro de 2008

Podia ter sido eu a escrever isto...

«Se fosse Deus não mudava grande coisa em ti: talvez trocasse um móvel de posição, alterasse uma jarra, substituísse um quadro. Na casa não mexia: agrada-me que seja como é. [Dizem, e eu sei-o, que tenho] uma inteligência superior e isso não vale a pena mencionar porque no meu caso não me serve de nada, ninguém é tão estúpido como um homem inteligente e muitas das asneiras que fiz conhece-las de ginjeira. (...) Tão inteligentes para umas coisas, tão estúpidos para outras mas eu canalizei tudo para a escrita, construí-me para isso e os teus interesses são mais variados que os meus. E no meio disto somos tão ingénuos ambos, sensíveis à lisonja, por vezes completamente parciais, cegos em relação aos amigos, de julgamento turvado quando os afectos se misturam nele.» António Lobo Antunes

sábado, 20 de setembro de 2008

Obrigado, filhote!

«Se o meu pai for embora, eu vou ter muitas saudades dele...»

I swore that I would not suffer anymore


quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Hoje lembrei-me de Salvador Allende


The Clash - Washington Bullets a Chile

Hoje, não sei por que razão, lembrei-me das "resistências" na América Latina, e não pude deixar de pensar em Salvador Allende.

Aí têm uma música dos Clash com o último discurso de Allende, difundido através da rádio, a partir do Palácio de La Moneda, quando o exército de Pinochet se aproximava para o assassinar.

E deixo-vos também um excerto de uma carta que escrevi em tempos.

«(...) este livro (O Meu País Inventado) é um bom retrato do Chile (...). Com este livro, aprendi alguma história política da velha república, e não tanto da contemporânea, que já conhecia (desde 1970 e, sobretudo, desde 1973, quando Salvador Allende foi barbaramente traído e assassinado, com o diligente apoio dos EUA, no dia 11 de Setembro), e bebi, voraz, tudo sobre os costumes, paisagens e cheiros extraordinários daquele país verdadeiramente ímpar - ainda assim, não difere muito do mundo fantástico da Macondo que o García Márquez nos faz o favor de revelar.
Há duas referências no livro que eu gostava de comentar e propor-te que adiantes conhecimentos sobre eles. A primeira, sobre Milton Freedman (pág. 197), o inventor do liberalismo selvagem (neoliberalismo) que os EUA emprestaram a Pinochet para que ele fizesse do Chile o laboratório dessa pouco escrupulosa escola de Chicago. O célebre economista foi prémio Nobel, e lembro-me de, nos anos oitenta, o ver numa entrevista na televisão. Já na altura o considerava um «economicista» ranhoso, de fisionomia detestável e sem princípios honrosos. Fez o Chile crescer economicamente, mas, como é marca indelével dessa política nojenta, deixou o país profundamente rasgado entre uma pequena elite rica, e dona dos principais monopólios, e uma mancha incontável de indigentes que habitam os numerosos bairros de lata à volta de Lima e Santiago. Hoje, felizmente, parece que o governo de centro-esquerda procura amenizar os estragos, mas eu duvido que o consiga. Porque os satélites dos EUA ainda não se libertaram da terrível herança de Reagan, e W. Bush é um reconhecido canalha.»

Parece que hoje as coisas estão melhores...

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Já previa isto!

Há pelo menos dois anos, que ando a ler muita coisa sobre a China e a Índia. Desde essa altura, venho pensando nas consequências que o progresso anunciado (e inevitável) dessas duas potências irá ter no Planeta.
Uma delas, talvez a mais perigosa, vai ser no plano das mentalidades. O Ocidente, arrogante e habituado a mandar no Mundo, não vai aceitar, pacificamente, a "invasão" da cultura oriental e a superioridade económica desses países.

A "guerra" contra o islamismo, e a xenofobia em relação aos africanos, vão tranferir-se, com fervor e ódio redobrados, para os chineses e indianos - coisa que, aliás, já acontece em pequena dimensão.

Leiam este texto que me enviaram por mail, e reparem nos receios do autor. É um texto exemplar e premonitório: transpira raiva e xenofobia em todas as palavras.

Preparem-se que o Mundo mudou! Conselhos? Saibam encarar a mudança sem rancores inconsequentes, e façam uso da..."paciência chinesa".


A PRAGA MUNDIAL QUE NINGUÉM QUER VER - A CHINA DO FUTURO

Luciano Pires


Alguns conhecidos voltaram da China impressionados. Um determinado produto que o Brasil fabrica um milhão de unidades, uma só fábrica chinesa produz quarenta milhões... A qualidade já é equivalente. E a velocidade de reação é impressionante. Os chineses colocam qualquer produto no mercado em questão de semanas... Com preços que são uma fração dos praticados aqui. Uma das fábricas está de mudança para o interior, pois os salários da região onde está instalada estão altos demais: 100 dólares. Um operário brasileiro equivalente ganha 300 dólares no mínimo. Que acrescidos de impostos e benefícios representam quase 600 dólares. Comparados com os 100 dólares dos chineses, que recebem praticamente zero benefícios...

Hora extra? Na China? Esqueça. O pessoal por lá é tão agradecido por ter um emprego, que trabalha horas extras sabendo que nada vai receber... Essa é a armadilha chinesa. Que não é uma estratégia comercial, mas de poder.

Os chineses estão tirando proveito da atitude dos marqueteiros ocidentais, que preferem terceirizar a produção e ficar com o que "agrega valor": a marca. Dificilmente você adquire nas grandes redes dos Estados Unidos um produto feito nos Estados Unidos. É tudo "made in China", com rótulo estadunidense. Empresas ganham rios de dinheiro comprando dos chineses por centavos e vendendo por centenas de dólares... Mesmo ao custo do fechamento de suas fábricas. É o que chamo de "estratégia preçonhenta".

Enquanto os ocidentais terceirizam as táticas e ganham no curto prazo, a China assimila as táticas para dominar no longo prazo. As grandes potências mercadológicas que fiquem com as marcas, o design... Os chineses ficarão com a produção, desmantelando aos poucos os parques industriais ocidentais. Em breve, por exemplo, não haverá mais fábricas de tênis pelo mundo.. Só na China. Que então aumentará seus preços, produzindo um "choque da manufatura", como foi o do petróleo. E o mundo perceberá que reerguer suas fábricas terá custo proibitivo. Perceberá que tornou-se refém do dragão que ele mesmo alimentou.

Dragão que aumentará ainda mais os preços, pois quem manda é ele, que tem fábricas, inventários e empregos... Uma inversão de jogo que terá o Impacto de uma bomba atômica... Chinesa.

Nesse dia, os executivos "preçonhentos" tristemente olharão para os esqueletos de suas antigas fábricas, para os técnicos aposentados jogando bocha na esquina, para as sucatas de seus parques fabris desmontados. E lembrarão com saudades do tempo em que ganharam dinheiro comprando baratinho dos chineses e vendendo caro a seus conterrâneos...

E então, entristecidos, abrirão suas marmitas e almoçarão suas marcas.

domingo, 14 de setembro de 2008

Uma mulher invejosa é pior do que uma bosta mal-cheirosa...



E eu estou farto de rolas-bosta!!!!!!!!!!!!!!

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

You Are My Sister...


Antony and the Johnsons

sábado, 6 de setembro de 2008

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Waiting on an Angel...

A bosta maior!



Como a minha sondagem "provou", este mentecapto, terrorista de estado fanático, foi a maior bosta que alguma vez os norte-americanos elegeram para presidente.

Agora, a lobotomia já vai tarde...

domingo, 31 de agosto de 2008

Este mundozinho dos vermes



Uma vez, um jornalista perguntou a García Márquez qual era a “mensagem” d’O Cem Anos de Solidão. Gabo respondeu, um tanto agastado: «Já se escreveram milhares de páginas sobre o livro. Mas nunca ninguém viu o essencial: a solidão é o contrário da solidariedade.»

Neste mundozinho onde vivo, a maioria das pessoas sobrevive da fraqueza dos princípios e da ausência de valores honrosos. São intelectualmente cobardes, fogem dos sentimentos mais profundos, recusam o amor genuíno, vivem relações acomodadas no interesse conjuntural, preferem ser frouxas sombras dos que, momentaneamente, são menos fracos entre os fracos residentes, e não conhecem nem praticam a verdadeira solidariedade.

É a esta vidinha redonda, circular - onde as energias se gastam em manobras tíbias, onde a resistência significa desistência, onde impera a cínica concórdia - que resisto com todas as minhas forças, e da qual sinto um miserável nojo.

Tristes estas criaturas que desconhecem o brilho da coragem, o valor infinito do carácter firme e resistente, a beleza possante da solidariedade e a suprema felicidade do verdadeiro amor.

E enquanto esta gentinha se acanha na vacuidade interesseira, e se esconde no calculismo, eu dou o peito nu, ofereço a cara destapada, e desfraldo, sem uma réstia de medo, a minha intensa alma.

Definitivamente, não quero isto para mim. Não quero viver neste fétido conluio permanente, onde sou uma doce vítima destes pardos vermes, e alvo fácil e predilecto da inveja e da calúnia.

Neste momento, só penso em salvar o meu filho (e quem amo, se me quiser amar e seguir-me voluntariamente) desta pigsty imunda.

sábado, 30 de agosto de 2008

domingo, 24 de agosto de 2008

A Fafeira!

Camaradas,

Os resultados da sondagem impressionaram-me bastante. Sobretudo, porque fiquei a saber que existem 16 criaturas que visitam este blog.
Como calculam, nenhuma das respostas está certa. Pela simples razão de que a Fafeira, pura e simplesmente, não existe. Quando fiz a pergunta, queria escrever Falfeira, que é uma localidade à saída de Lagos. Saiu-me Fafeira. E assim ficou, porque, de qualquer modo, nenhuma das respostas estaria certa, e o objectivo era (e é) apenas brincar com este tipo de sondagens que hoje nos aparecem em todas as "páginas" da net.

Coloquei mais uma. Respondam, se vos apetecer.
E Viva a chamada "opinião pública", que é uma coisa que está por provar que realmente existe, mas que os media e os políticos insistem em fazer-se valer dela. Estas sondagens (mais as dos programas em directo, por exemplo) são uma fraude e uma grande patetice. Tal como as minhas.

domingo, 17 de agosto de 2008

Amanhã parto de chinelos para o Cáucaso!

Já dei! Tanto azar junto só pode ser um sinal.
Na adolescência, sonhei ser Che Guevara; mas acabei professor pequeno-burguês.
Há pouco, fui iluminado por uma brilhante ideia: decidi participar na guerra que está a acontecer no Cáucaso. Ainda não sei a que lado vou oferecer os meus préstimos, e receber em troca uma kalashnikov, mas estou muito inclinado para o grupo separatista abkase.
A Geórgia, pontência dominadora da zona, tem um governo e um presidente autocráticos, apoiados por Bush e Condoleezza Rice (mais o grosso dos países da UE) - dois motivos suficientes para eu me colocar contra. A Ossétia do Sul e a Região Separatista da Abkázia, que procuram tornar-se independentes da Geórgia, têm o apoio dos Russos - o que não me parece muito bem. Mas a verdade é que ambas reclamam a independência desde a queda da União Soviética - devem, por isso, ter bons motivos.
Li mesmo agora que os abkases tomaram 13 aldeias georgianas. São em maior número e parecem mais fortes do que a Ossétia do Sul. Por isso, acho que vou mesmo juntar-me à Região Separatista Abkásia.
Assim como assim, é para dar uns tiros, mesmo na linha da frente de combate, e acabar por levar um.
Pelo meio, até pode ser que deixe uma reportagem escrita...
Até amanhã, camaradas!

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Sinto-me totalmente rasgado e desocupado...

Is that my life will be forever in this way:
always running ... and the light always escaping from my soul?

Puta que pariu o Algarve em Agosto!

Decidi (um tanto contrariado) vir ao Algarve em Agosto, porque o Pedro me prometeu que não saíamos da Quinta dele, em Barão de S. João. Era o que tinha feito até anteontem. Andava por aqui a vaguear, com o pensamento sempre à distância, entre mergulhos na piscina e passeios na net.
Saí a primeira vez anteontem, ao fim cinco dias, para ir tomar banho à Praia da Luz com a Sónia e o Pauluxi, nas rochas em frente à casa dela, sem banhistas à volta. Acabámos por jantar e passar lá um bom serão.
Ontem à noite, fui a Lagos ver o Pedro tocar na Orquestra de Jazz de Lagos, que abriu o Festival deste ano. Quando acabou o concerto, fomos ao Mullen’s recordar os nossos loucos anos 80. Na altura, íamos lá, religiosamente, todas as noites encharcar-nos de tequilha e cerveja, dançar em cima das mesas e fazer outras coisas que não me apetece escrever. No Mullen’s fazia-se de TUDO; hoje nem permitem fumar cigarros. Estivemos lá apenas o tempo de eu beber uma água tónica.
Às quatro da tarde de hoje, passou-me uma coisinha má pela cabeça e deliberei ir a Lagos meter uma bateria nova no chaço do Pedro. Misconception! Foi um horror! Primeiro, a oficina não tinha multibanco e eu não tinha cheques. Tive de descer à Praça Gil Eanes para levantar dinheiro. Àquela hora, só havia duas caixas de multibanco com dinheiro, e, pela lógica numérica, duas longas filas. Já intimamente contrariado por ter sido sujeito a vir ao centro da cidade, olhei as filas vagarosas, abarrotadas com indivíduos amolecidos pelo calor, sob o olhar morto do D. Sebastião do Cutileiro, e não resisti a soltar três grossos palavrões seguidos de um «merda para isto tudo!».
Quando, ao fim de uma dolorosa eternidade, chegou a minha vez e acabei de levantar o dinheiro, dei conta que já tinha na carteira o suficiente para ter pago a factura - soltei mais dois palavrões; mudos, desta vez. No caminho a pé, de volta ao mecânico, lembrei-me de o Tomás (que, previdente, se tinha recusado a vir comigo) ter pedido um hambúrguer do MacDonald’s. Como calculei que estaria atestado de gente, resolvi passar pelo Burger Ranch, que ficava logo ali «e a carne é a mesma», sentenciei. Encontrei mais uma generosa fila, de turistas pobres, famintos de fastfood, que me elevou ainda mais a tensão arterial e avivou a gaveta dos palavrões. (Quem me conhece, sabe que só muito raramente, e sempre tomado pelo embaraço, digo mais do que um palavrão por semana.) Esperei 20 minutos, até chegar à caixa, já rendido ao moroso tempo do tempo do Agosto algarvio. Quando estendi a nota para pagar, a empregada destinou brincar com a minha tatuagem: «Que giro! Um código de barras no pulso. E o produto é bom e barato?» Era uma miúda acolhedora, com uma cara muito simpática e um corpo que me pareceu honesto. Respondi, com um sorriso penoso: «O produto é barato, mas a menina ia ficar mal servida.» Sorriu, eu zarpei com o troco para a outra fila, e ela deve ter continuado a distribuir piadas pelos clientes seguintes.
Subi, com o saco dos hambúrgueres (o vosso Deus sabe como odeio andar de sacos de plástico na mão…), até à oficina, paguei e entrei no carro o mais rápido que pude, determinado a desertar de Lagos. O "ar condicionado" do carro do Pedro não é de grande utilidade no calor – porque, simplesmente, não foi convidado a instalar-se quando o automóvel foi fabricado -, pelo que abri os vidros todos e "encarneirei" no trânsito da cidade. Distraído pela constante presença dela, e por força de um velho hábito, dei comigo a caminho de Portimão - a rota oposta à da desejada Quinta. Já ia a atravessar Odiáxere, quando dei conta de mais esse inconveniente, e não evitei acrescentar uma volumosa e altissonante verve à lista de impropérios. Acabei por dar a volta já sem quase nenhuma paciência, e foi sem uma única gota de paciência que me vi no caminho para Sagres, já depois de passar a entrada para a Luz, que dá acesso a Barão. Tive de guiar mais uns quilómetros para regressar ao meu caminho e chegar, finalmente, a casa. Atirei com o saco da comida para cima da mesa, tirei as chaves, a carteira e o telemóvel do bolso… «Espera aí! Perdi a porra da tampa do telemóvel.» Procurei em todos os bolsos dos calções, pedi ao Tomás que fosse verificar no carro, mas acabei por concluir que a devo ter perdido quando telefonei ao Pedro, enquanto esperava na fila do multibanco. «E não houve um filho de pai incógnito que tivesse visto aquela trampa cair?», ainda me perguntei alto, antes de vociferar mais um rol. Mudei de calções e fui mergulhar a cabeça na piscina durante o tempo suficiente para ela arrefecer.
Que se foda o Algarve em Agosto!!!

P.S. Fui jantar à Praia da Rocha, ao novo restaurante de um velho amigo. Mas fui só jantar. Não cheguei a entrar no miolo da confusão: normalmente recheado de adolescentes apatetados(as) e inglesas a cheirar a bronzeador misturado com perfumes docíssimos.

P.S.1. Amanhã (já hoje) vou a Sagres ver e ouvir o Kusturica e a sua banda. A ideia é irmos fazendo praia-a-praia durante o dia (nas poucas praias semi-desertas que ainda se encontram no Algarve – e só no Barlavento), comer preceves (diz-se percêbes, sabe-se lá porquê...) em Vila do Bispo, e acabar a noite no concerto. Vai estar a "ventar" muito, e estará certamente frio, como é habitual em Sagres, mas é um Festival de gente amena e bonita, e vou ver o Kusturica. Depois, só saio daqui no Domingo para apanhar o comboio para Lisboa – que, felizmente, está quase deserta neste fim-de-semana.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Soutiens contra as balas


Acabei de ler que as mulheres da polícia alemã vão ter direito a soutiens à prova de bala. Uma notícia que me deixou, por um lado, exuberante de alegria, por outro, um tanto apreensivo.

A alegria deve-se ao facto de eu gostar muito de mamas, e custa-me saber que as balas podem estragá-las. Estou convencidíssimo que uma bala de calibre 38, mesmo que seja de CO2 (é verdade, já se fabricam revólveres com pressão de CO2: as preocupações ambientais chegaram ao armamento… Imagino que os especialistas dessa indústria, por natureza pacífica, terão pensado: «A malta rebenta-os todos, mas não poluímos o ambiente! Assim sempre ajudamos a cumprir o Protocolo de Quioto, e compensamos o facto de não contribuirmos para o cumprimento da Declaração Universal dos Direitos do Homem, nomeadamente no que respeita ao artigo 3º: “Todo o indivíduo tem direito à vida (…)”» - é bem pensado, reconheçam!), mas, dizia eu, estou certo que um projéctil de calibre 38 deixa as mamas de uma mulher numa lastimável papa – se restarem mamas.
Portanto, as minhas vivas saudações à polícia alemã por nos conservar as mamocas das suas agentes. Digo «nos conservar», porque é bom recordar-vos que as mamas alemãs são um valioso património da humanidade. Logo, é urgente, forçoso e oportuno preservá-las.

A apreensão tem mais a ver com a possibilidade (muito remota) de eu poder tropeçar numa agente alemã, em férias no Algarve, e a coisa complicar-se quando chegar a altura de retirar a blusa. É que até aqui, pelo que me dizem amigos meus com alguma experiência no ramo, as alemãs que veraneavam no Algarve não usavam, de todo, soutien. Mas com a crescente onda de violência urbana, é natural que comecem a mudar os hábitos e apareçam de soutiens e coletes à prova de bala.
Contou-me um amigo, com notória reputação (recordo, aos mais alheios a essa coisa da semântica, que "reputação" não é "putar de forma repetida"), e muito traquejo, que uma loura e brancosa alemã lhe tinha dito, num momento de maior intimidade intelectual, que não conseguia andar com elas presas: «Gosto delas livres e à larga. Adoro senti-las constantemente aos pulos.» Quando o meu amigo, ainda assim, insistiu no assunto, para lhe dizer que dessa forma aumentava a probabilidade das mamas se desmancharem, ela terá afirmado, num português impecável, e com a reconhecida determinação germânica: «Embrulhar as minhas mamas, era como tentar vestir um smoking a um casal de pulgas.» Aí ele calou-se.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Mário Cesariny - porque sim!

For my babe

Faz-se luz pelo processo

Faz-se luz pelo processo
de eliminação de sombras
Ora as sombras existem
as sombras têm exaustiva vida própria
não dum e doutro lado da luz mas do próprio seio dela
intensamente amantes loucamente amadas
e espalham pelo chão braços de luz cinzenta
que se introduzem pelo bico nos olhos do homem

Por outro lado a sombra dita a luz
não ilumina realmente os objectos
os objectos vivem às escuras
numa perpétua aurora surrealista
com a qual não podemos contactar
senão como amantes
de olhos fechados
e lâmpadas nos dedos e na boca

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Cavaco, O Estreito, deu um sinal da sua estultice



Quando tomei conhecimento de que Cavaco ia, com pompa e solenidade, “dirigir-se” ao país para fazer uma comunicação de Estado, disse à minha pequerrucha: «O tipo vai dizer que tem bicos de papagaio incuráveis e, por isso, vai renunciar.»

Enganei-me na renúncia, mas acertei nos bicos de papagaio. Só um papagaio ocioso, sem nada para fazer ou dizer, é que manda parar um país para abrir o bico e não dizer nada. Cavaco já não acumula cuspo nos cantos da boca (como nos primeiros tempos), mas continua a ser desagradável vê-lo ouvir falar – dá sempre aquela sensação de quem come bolo-rei de boca aberta. Ora, fazer sair a malta das praias mais cedo, colocar o país em suspenso um dia inteiro - à espera que ele fale da crise e tome uma posição política em relação ao país -, e depois parir um discurso sobre o Estatuto Político-Administrativo dos Açores (que, sendo institucionalmente importante, diz aos continentais quase o mesmo do que as previsões da Maya), é semelhante ao Pinto da Costa convocar uma conferência de imprensa para dizer que o Imortal de Albufeira tem um jogador coxo.

Sendo um assunto no qual todos os partidos (sem excepção) têm “culpa” e responsabilidades exclusivas (recordo que o Estatuo foi votado por unanimidade na Assembleia da República), e cabe aos deputados resolverem e corrigirem as inconstitucionalidades que deixaram passar (e que já todos admitiram), pereceu-me que a explicação para aquela estultice foi o homem acordar com os gritos da Maria, e decidir mostrar ao mundo que é muito homem: «Pronto, vou dirigir-me ao país. Assim a Maria vai ver quem é que manda e deixa de me obrigar a comer salada de rúcula.» E já que ia falar, aproveitou a estúpida comunicação para dar uma ajuda à comunicação social, permitindo as mais variadas análises e comentários – notem que, no estio, há falta de notícias, e uma patetice do Presidente da República dá sempre um jeitão aos jornalistas.

Outra explicação - muito rebuscada, admito -, para Cavaco Silva ter feito aquele aparato todo, é a remota possibilidade de ele andar a ler Leibnitz (portanto, muito improvável, uma vez que ele nem saberá quem é) e ter dado com uma questão que o filósofo coloca por razões de natureza metafísica, mas que Cavaco terá levado à letra, porque a observação transcende os seus neurónios: «Porque é que existe uma coisa em vez de nada?» «Boa», pensou O Estreito, «vou fazer existir um facto político para que não me acusem de só visitar lares de idosos e aparecer nas vindimas.»

Ai, Mário, fazes-nos tanta falta. É que comparar a parolice deste homem com a tua estatura política e intelectual, é como confundir a estrada da Beira com a beira da estrada. E Cavaco nem chega a ser a beira de uma estrada secundária; é um estreito passeio de uma ruela escura, deserta e sem saída.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

O Portas!


«Portas é o pior líder partidário para os portugueses


O líder do CDS-PP, Paulo Portas, é classificado pelos portugueses como o líder político com a pior actuação, segundo os dados do Barómetro Político Marktest de Julho.»
Diário Digital

Eu previ isto em 1998. Portas, por mais demagógico que seja (e é) não engana os portugueses. Ele pode saltitar pelas feiras, falar dos velhinhos, das reformas e da família; e até pode atribuir à intervenção da Virgem o ter evitado uma catástrofe ambiental; mas nem a Virgem o salva de uma carreira política medíocre.
Recordo uma evidência: Portas nunca teve um bom resultado eleitoral. Teve até alguns bem penosos, que o levaram a afastar-se. Nas próximas eleições, vai tornar a perder...e vai voltar a fugir.

sábado, 26 de julho de 2008

Obrigado, Lobo Antunes!



Lobo Antunes recebeu hoje o prémio Camões relativo ao ano passado. Já basta ter-lhe fugido o Nobel: um prémio que é seu de direito, mesmo que a Academia Sueca nunca lho dê.
António Lobo Antunes é o maior romancista português de sempre, e talvez o melhor escritor vivo do Mundo.

Para mim o problema é muito simples: a maior parte dos escritores não sabem escrever e a maioria dos críticos não sabe ler. (...) A sensação que tenho é de que ando há que tempos a ensinar os meus críticos a ler e eles não há meio de aprenderem
António Lobo Antunes, em entrevista à Visão de 26 de Setembro de 1996

P.S. Acabei de saber que o vencedor deste ano foi João Ubaldo Ribeiro, grande escritor brasileiro. Excelente escolha. Se um dia atribuirem o Prémio Camões ao Paulo Coelho, peço ajuda à al-Quaeda e promovo um atentado ao júri.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Trufas e caviar no jantar da cimeira do G8 sobre fome



Os líderes das oito economias mais industrializadas do mundo (G8), reunidos numa cimeira no Japão, estão a causar espanto e repúdio na opinião pública internacional, após ter sido divulgada aos órgãos de comunicação social a ementa dos seus almoços de trabalho e jantares de gala.

Reunidos sob o signo dos altos preços dos bens alimentares nos países desenvolvidos - e consequente apelo à poupança -, bem como da escassez de comida nos países mais pobres, os chefes de Estado e de Governo não se inibiram de experimentar 24 pratos, incluindo entradas e sobremesas, num jantar que terá custado, por cabeça, a módica quantia de 300 euros.

Trufas pretas, caranguejos gigantes, cordeiro assado com cogumelos, bolbos de lírio de Inverno, supremos de galinha com espuma de raiz de beterraba e uma selecção de queijos acompanhados de mel e amêndoas caramelizadas eram apenas alguns dos pratos à disposição dos líderes mundiais, que acompanharam a refeição da noite com cinco vinhos diferentes, entre os quais um Château-Grillet 2005, que está avaliado em casas da especialidade online a cerca de 70 euros cada garrafa.

Não faltou também caviar legítimo com champanhe, salmão fumado, bifes de vaca de Quioto e espargos brancos. Nas refeições estiveram envolvidos 25 chefs japoneses e estrangeiros, entre os quais alguns galardoados com as afamadas três estrelas do Guia Michelin.

Segundo a imprensa britânica, o "decoro" dos líderes do G8 - ou, no mínimo, dos anfitriões japoneses - impediu-os de convidar para o jantar alguns dos participantes nas reuniões sobre as questões alimentares, como sejam os representantes da Etiópia, Tanzânia ou Senegal.

(...)

A cimeira do G8, realizada no Japão, custou um total de 358 milhões de euros, o suficiente para comprar 100 milhões de mosquiteiros que ajudam a impedir a propagação da malária em África ou quatro milhões de doentes com sida. Só o centro de imprensa, construído propositadamente para o evento, custou 30 milhões de euros.

Diário de Notícias On-line

Não costumo embarcar nas notícias demagógicas e sensasionalistas sobre os custos das viagens oficiais dos Presidentes da República e das suas comitivas, pela simples razão de que não nos podemos apresentar de ceroulas esburacadas para jantar em casa dos nossos anfitriões - está em causa a imagem do País e a natureza simbólica da nossa representação.
Mas esta notícia é do mais nojento e revoltante que li nos últimos tempos. Mais do que os milhões gastos, o que, neste caso, provoca um vómito colectivo é justamente o seu significado simbólico.

terça-feira, 1 de julho de 2008

E andamos nós aqui com merdas...






HOLANDA PROÍBE TABACO NOS “CHARROS”

A partir desta terça-feira, se passar por Amesterdão e quiser ser romano, não se esqueça de tirar o tabaco do “charro”, que continua a ser legalmente permitido fumar.

A peculiaridade da lei holandesa anti-tabaco, que entra em vigor neste dia, proíbe o consumo de cigarros, mesmo nos cerca de 750 “coffee-shops” holandeses, onde se pode continuar a consumir drogas como haxixe e marijuana.

Como a generalidade mistura tabaco e haxixe, a fim de contornar a lei e manter os clientes em estado capaz de fumar e ficar de pé ao mesmo tempo, evitando charros puros, os donos dos “coffee-shops” estão a recorrer a vaporizadores. Um engenho que armazena o vapor da queima a erva, depois inalada pelos clientes.

Como o cliente inala, em vez de fumar, os proprietários evitam as sanções dos inspectores de saúde, que procuram, somente, violações à lei anti-tabaco, conta o “El País”.

A proibição de fumar nos locais de trabalho, em vigor desde 2004, foi agora alargada aos estabelecimentos de hotelaria e restauração, apesar dos pedidos de prorrogação da isenção dos “coffee-shop”. Em resultado disso, os charros deixam de poder ser feitos com tabaco.

Jornal de Notícias, 16h54m

domingo, 29 de junho de 2008

Iggy - As minhas favoritas


Shades

You gave me a present
The paper was blue and green
I unwrapped it with pleasure
These are the best shades I've ever seen
You can be my girlfriend
Forever and a day
I never thought I was worth much
Or that anyone would treat me this way

I'm not
The kind of guy
Who dresses like a king
And a really fine pair of shades
Means everything
And the light that blinds my eyes
Shines from you
It makes me come in the night
It makes me swim with delight
I like this pain
I like this mirror
I like these shades

I could have had a problem
I might have never followed through
The other guys are in trouble
They wouldn't listen to a girl like you
These shades say something
I'll bet they cost a lot
I hope I don't break 'em
I hope we don't break up

I'm not
The kind of guy
Who dresses like a king
And a really fine pair of shades
Means everything
And the light that blinds my eyes
Shines from you
It makes me come in the night
It makes me swim with delight
I like this pain
I like this mirror



Isolation

Needed you, you were only using
Needing you just tore me down
And here I stand in isolation
feeling emptiness and doubt
walking down the broken highway
sucking sugar plain and sweet
did your mother ever tell you
that the joyful are free

I need some lovin'
like an inmate needs a dime
I need some lovin'
like a poet needs a rhyme
here i stand in isolation
my empty hands in isolation
walking down the broken highway
sucking sugar cause it's my way

find me one heart to complete with
heading for the farthest reaches
I need some lovin'
like a body needs a soul
I need some lovin'
like a fastball needs control
here i stand in isolation
my empty hands in isolation
strike up the band
in this proud land

got a lot to do
got a lot to say
got a life to live
here I stand...

sábado, 28 de junho de 2008

Paulo Coelho e a Filosofia do Óbvio



E um boomerang em lugar do arco e flecha?



Não haja dúvidas! Este tipo é um espertalhão! Um verdadeiro industrial do sector da literatura de auto-ajuda.
Cada vez que me lembro que este merdoso escrivão foi aceite pela Academia Brasileira de Letras como um espécime literário, depois de terem recusado Drummond de Andrade ou Vinícius de Morais …

Para confirmarem, ofereço-vos algumas frases apologéticas da sua doutrina, que podem encontrar no seu site, convenientemente composto e redigido em inglês.


We cannot all see the dreams in the same way.
A menos que tivéssemos todos o cérebro programado, Paulinho.

The search for happiness is more important than the need for pain.
Obrigado, Coelho, por esta revelação. Eu, por exemplo, estava perfeitamente convencido de que a necessidade de dor era bem mais importante para o meu matrimónio do que a procura de felicidade. Até já tinha pedido à minha amada que comprasse, com urgência, uns acessórios sadomasoquistas numa Sex Shop. É que a nossa relação não ia lá muito bem. Mas depois deste teu sábio conselho, decidimos frequentar uma Igreja Maná.

Love is only a small thing, enough for one person, and any suggestion that the heart migth be larger than this is considered perverse.
E agora pá? O que raio é que vou dizer às minhas amantes, ó génio da espiritualidade e fabricante de livros à tonelada? Explica-me lá como é que me desfaço delas sem que elas me furem os pneus do carro ou me roubem o cartão de crédito? As tipas nem conhecem a palavra «perverso»…

Sometimes an important incident is capable of turning everything beautiful into a moment of anxiety.
E o contrário também funciona, certo? Hás-de convir que essa coisa de nos acontecer "an incident" a qualquer momento tem uma grande probabilidade. E podemos passar da ansiedade a outro estado de espírito. Tens razão rapaz. Sim, é verdade, eu confirmo. A semana passada, pouco antes de terminar o jogo com a Alemanha, recebi um telefonema de uma colega a pedir que lhe fosse ajudar a carregar uns móveis. Passou-me logo a ansiedade. Mas subiu-me cá uma raiva...

Our true friends are those who are with us when the good things happen. They cheer us on and are pleased by our triumphs. False fiends only appear at difficult times, with their sad, supportive faces. When, in fact, our suffering is serving to console them for their miserable lives.
Repararam bem na abjecta confissão de solidariedade deste criptofilaucioso. Para mim, já só lá vai com aguarrás na mioleira e uns pauzinhos de bambu cravados nas unhas dos pés.